Muitas coisas.

Estou um tempinho longe da blogosfera, eu sei, mas estou aqui de novo.

Durante esse tempo fora...muita coisa aconteceu ao mundo e comigo também.
Com certeza o mundo não é mais o mesmo e eu também não. Isso tem a ver com o que Heráclito dizia sobre o "rio não ser mais o mesmo"...Para quem conhece a história, blz, para quem não...depois eu conto.

Milhares de milhões de pessoas morreram no mundo inteiro e algumas mortes podem ter sido tão ou mais desgraçadas do que a do garoto João Hélio.

Tudo o que acontece com o mundo, em seu passado, presente e futuro interessam a filosofia, física e outras ciências.

Esse post foi a muito tempo, pensado, ruminado, degustado mas não consegui regurgitá-lo. Concordo que não utilizei palavras convidativas aqui agora, mas...

Um dia, durante uma conversa com uma colega de trabalho, disse que não poderia nunca ser assaltado (como nunca fui, ou melhor, nunca passei por momentos onde tive que desistir de algo pela minha vida ou que fui humilhado ou amedrontado), pois se o sujeito infeliz que chegasse perto não estivesse portando um “berro”, se estivesse de mãos vazias ou somente com uma faca ou caco de vidro, eu acredito que eu seria tomado por uma fúria tão assustadora, que descontaria em cima do “desgraçado” (digo desgraçado, por ele estar passando por um momento de falta de graça em sua vida e que teria que se sujeitar a algo tão desumano e vergonhoso).
Não sou valentão, nunca estive numa briga, mas sempre gostei de artes marciais, quem me conhece sabe o quanto me interessa ter um corpo capaz de ser forte (hoje em dia estou bem sedentário), e que calejei minha mão direita, para poder não me machucar e finalizar uma luta sem começá-la.

O foda é. Quem assalta com um canivete ou caco de vidro, tem uma possibilidade grandiosa de ser um pé de chinelo e ser um “ladrão de galinhas”, que está morto de fome e que só se fode na vida. Quem possui uma automática, um 38 ou uma 12, deve possuir uma graninha para isso, ou esta devendo um contrabandista ou alguém que vai matá-lo se não conseguir uma grana para pagar uma divida ou algo afim.

Imagina eu descontando minhas frustrações, decepções, raiva, ódio, num cara que deve estar com mais ódio, raiva, decepções e frustrações do que eu... Com certeza não teria coragem de destruir um cara que possui um revolver, até mesmo um 22 faz um estrago e pode me machucar ou mesmo matar, um canivete ou caco de vidro, também podem me machucar, mas é muito menos inevitável do que levar um balaço na testa, e com disse, num momento assim, eu seria tomado por uma fúria avassaladora.

Quando passou no jornal, o que aconteceu com o garoto João Hélio, eu não pude ser capaz de entender a grandiosidade do fato, claro, que posso imaginar a dor e o sofrimento dele e de sua mãe que vi seu pequeno amado ser arrastado, mas nessas horas, imaginar não é nada, isso só se consegue entender verdadeiramente, por que já passou por isso ou algo semelhante.

Naquele momento estava com minha namorada um barzinho tomando uma coca. Simplesmente isso...tomando uma coca... Estava tão longe daquela realidade, tão distante do fato de que um mundo sangrento e tão meu quanto daquela família, pode bater a qualquer momento em minha porta. Não chorei, mas prometi para mim mesmo, mais uma vez, que não vou nem posso deixar o mundo continuar assim.

Vamos fazer o que devemos fazer???

Em outro post, escrevo sobre filosofia e física.