segunda-feira, outubro 27, 2008

Votar NULO

Eleições são ocasiões de calça justa. Somos OBRIGADOS a exercer um direito que algumas pessoas morreram para tal. Somos obrigados a exercer aquilo que por direito é nosso. Somos obrigados a votar, escolher quem melhor nos representaria num cargo público que democraticamente DEVE existir.

Durante uma eleição, alguns candidatos apresentam propostas que formularam com todos os dados necessários e possíveis que podem ter e com isso, tentam conquistar os votos capazes de os levarem ao “pódio” já que isso tudo parece mais uma corrida.

Em nossa história, humana, percebemos que o homem luta desesperadamente por algo chamado LIBERDADE, por IGUALDADE. No decorrer dos tempos, os fortes impunham seu poder contra os mais fracos, mas, algumas vezes, os mais fracos se encontravam em número maior e com isso, alguns componentes, do grupo dos mais fracos, se juntavam em torno de um ideal em comum e partiam para briga, contra a opressão dos mais forte. Pronto, morte e mais morte, mas que no fim, as vezes, o ideal utópico, era atingido e as vidas perdidas era entoadas num canto histórico que ganhavam admiração e repercussão durantes anos, séculos até.

Um exemplo curto, por dizer, A Grande Alma Gandhi, conseguiu a independência da Índia, sofrendo com seu ideal de luta desarmada e, às vezes, solitária, mas conseguiu. Em nosso país, temos a época da ditadura. Época em que VÁRIOS, estudantes e militantes de causas sociais, foram assassinados durante confrontos contra militares. Essas mortes e assassinatos tiveram alguns objetivos alcançados, outros não e os heróis foram devidamente lembrados, mas, às vezes, não. Temos no Brasil, como exemplo, o caso do estudante chamado Edson Luis que foi assassinado num restaurante chamado Calabouço. Os estudantes fariam uma passeata como forma de protesto contra a alta de preço na comida.

Dizem que ideologias morreram, que não há mais motivos para se lutar em prol de utopias, que utopias são sonhos distantes e, as vezes, sonho de vontades sem sentido. BULLSHIT.

Vivemos numa democracia, falha ou não, mas vivemos, da forma que queríamos? Que idealizaram nossos mártires? Talvez não, mas vivemos. A democracia significa o governo do povo. Vivemos numa democracia representativa, em que o povo escolhe quem o irá representar para exercer um poder capaz de governar da forma que ele deseja, e é aqui que o voto surge.

O voto obrigatório existiu a partir da década de 30. Era obrigatório por causa do medo de uma participação ínfima e os “currais” eleitorais já existiam de uma forma forte, os votos eram mercadorias bem concorridas. O voto depois foi dissolvido e depois, de novo, com as diretas já, o voto volta para o poder do povo.

Tudo muito lindo, tudo da forma que gostaríamos, mas assim conquistamos um direito OBRIGATÓRIO. Fica parecendo o tipo de coisa que “vocês queriam? Agora FAÇAM”. Não se pode deixar de votar, toda e qualquer pessoa com idade entre 18 e 70 anos.

O voto poderia ser em algum candidato, em branco - que você deixa sua escolha em branco, sem saber quem escolher - e o nulo, que você ANULA seu voto - você escolheria até votar em alguém que não existia. Depois vieram as urnas eletrônicas, que só tem “visivelmente” as escolhas dos candidatos e do voto em branco, como isso funciona, não merece o mérito da questão aqui. O voto nulo acontece quando você escolhe o número de algum candidato que não existe, VOTA NELE e então confirma.

O voto nulo é sim uma forma de protesto, uma forma de considerar sua falta de opção, no decorrer de uma obrigatoriedade que muitas vezes parece sem sentido. O voto é um direito que foi conquistado com o sangue no decorrer da história. Os votos eram comprados e quem não os vendessem pagavam um preço alto, o direito pelo voto foi adquirido de forma muito discutida e alguns poderosos do governo não admitiam perder a autoridade, o domínio.

O voto É um poder legitimo que nos é dado. Votar pode muito bem ser um prazer. O fato de escolher, de ter o direito de optar, de eleger quem você gosta, de selecionar o mais adequado para representá-lo, de exercer um poder tão forte assim, deveria engrandecer qualquer cidadão, mas nem sempre é assim. A falta de opção, candidatos que não representa NADA, a revolta de ter que votar em personagens condicionados que não significam NADA, que não estão preparados para representar NINGUÉM, que são fantoches, mentirosos, nepotistas, cobras criadas para enriquecerem através do dinheiro do povo e que ficam observando quietos o sofrimento de uma população, que se apresentam alheios a amargura alheia.

Votar nulo é uma forma de protesto válido e também uma forma de desobediência civil, como diz o excelente texto do sociólogo Léo Lince, que por sinal, é a favor do voto obrigatório. Votar nulo é demonstrar seu descontentamento com a presente realidade, é exercer seu direito de não votar em ninguém, de apresentar que os candidato existentes não oferecem credibilidade concreta o suficiente para que mereçam um voto.

Acreditar que essa forma de protesto é descabivel, que é um jogar fora o voto, que é reclamar a toa, que é um desperdício incoerente e idiota, que é falta de responsabilidade, que é falta de conscientização política, civil, que é uma palhaçada geral, é uma bobeira sem tamanho, pelo menos para mim. Mas isso é algo muito subjetivo.

Acreditar que uma ação sua não é o suficiente para mudar o que deve ser mudado e ai então deixar de fazê-la, é uma total dissipação de tudo aquilo que se acredita, pelo menos para mim, outra vez algo subjetivo.

Novas ideologias DEVEM surgir, utopias existem para serem pensadas. Devemos acreditar naquilo com o que nós nos identificamos, devemos buscar defender nossas crenças. SEMPRE.

Em ser discurso mais conhecido, o EU TENHO UM SONHO, Martin Luther King, proferiu o seguinte trecho:

“É melhor tentar e falhar, que preocupar-se e ver a vida passar
É melhor tentar, ainda que em vão, que sentar fazendo nada até o final.
Eu prefiro na chuva caminhar, que em dias tristes em casa me esconder
Prefiro ser feliz, embora louco, que em conformidade viver.”
Martin Luther King

É nisso que acredito, é isso que defendo, e é a partir disso, que voto nulo nessas eleições. Prefiro anular meu voto em forma de protesto, do que compactuar com algo que não estou acreditando.

Espero que, aqueles que lerem esse texto, possam entender corretamente minhas posições.

Um abraço à todos.

quarta-feira, outubro 08, 2008

AGRADAR OU SER AGRADÁVEL

Chega a ser quase impossível ser agradável à todas as pessoas, no tocante em relação de ser cordial e educado, também é quase impossível agradar à todas as pessoas, no tocante de todos gostarem do que faz.

Como posso ser agradável – aqui identificarei um personagem para explicitar melhor, no caso serei EU – para que todos gostem de mim?

Ser agradável e agradar podem corresponder à intenções absurdamente diferentes.

Posso ser agradável simplesmente para parecer bem educado e ao mesmo tempo, não agradar, pois ser cordial, não indica que outras pessoas gostem de mim. Minha educação não favorece integralmente minhas ações. como fazer, não garante aquilo que se faz, muitas vezes ameniza, mas não garante o gostar. Meus modos podem ser agradáveis mas o que faço pode não agradar.

Em uma sala de aula, por exemplo, as vezes tudo parece bonitinho, a priori, todos são afetuosos, se mantêm uma aparência formal e positiva, mas um certo momento chega, o certo momento em que uma ação qualquer, mínima que seja, aflora as perspectivas que não agradam um ou outro e, ai então, todo o ser agradável, não mais se faz peça fundamental no meio.

Meus trejeitos, minhas intenções, meus dizeres, meus gestos, meus feitos, meus atos, podem muito bem agradar ou não a qualquer pessoa, e observem, é tão interessante a perspectiva humana, que, é exatamente o que não agrada à alguns, aquilo que agrada a outros.

Muitos grupos são organizados assim. É o que diferencia o meu gosto do seu, que muitas vezes, nos inclui ou exclui de grupos existentes ou ainda há existir.

Climas esquentam, se exaltam em momentos corriqueiros e até mesmo insignificantes. Em casos assim, qualquer motivo pode ser gerador de alguma discussão acalorada. Um riso, uma pergunta boba mas inofensiva, uma observação deslocada, uma particularidade lingüística, criam o que pode ser chamado de momento afloradador das perspectivas paradoxais que nos fazem desgostar do outro.

Em casos onde os motivos são mais fortes para tais desentendimentos, pode-se chegar à extremos violentos, mas em outra oportunidade discutiremos tal observação.

Ser agradável ou agradar, That the question. Seria interessante sincronizar, emparelhar as duas perspectivas, fazer com que a dicotomia existencial dentro das duas atitudes evaporassem, fazer com que ambas fizessem parte integralmente de nosso ser, mas é complicado ser perfeito.

Eu disse complicado? Ou poderia dizer que é impossível ser perfeito?

quarta-feira, outubro 01, 2008

TUDO QUE É OBVIO É BURRO

Quando escutei pela primeira vez essa frase, imediatamente ela fez sentido e concordei, o que me pareceu inegável. Relendo-a, constantemente, algumas vezes seguidas (redundante não é? Rsrsrsrs), pude observar que tanto posso afirmá-la quanto negá-la. Depende do meu humor, mas claro que não só dele, depende também, da obviedade ou da burrice do que se fala, do assunto tratado, ou até mesmo, de quem fala, e isso é importantíssimo.

O que é obvio para você, não é para várias outras pessoas e o que parece burrice para você, não é para várias outras pessoas, também (o você aqui, não necessariamente é você caro leitor, é um outro qualquer, pode até ser eu mesmo), o que é claramente OBVIO e, podemos então observar, não é burro.
Pois é, acabei de exemplificar que minha afirmação de título, pode ser equivocada.

Bom, nem tudo que é obvio é burro, mas nada me impede de reafirmar esse conceito. Deixe-me tentar estruturar algo que possa comprovar isso.

É difícil construir algo do tipo, pois a burrice pode ser identificada de formas diferenciadas (subjetivamente e objetivamente), e posso muito bem, esclarecer que a burrice não existe a partir do momento que a falta de conhecimento depende muito mais da natureza de um ser, do que seu grau de escolaridade – a natureza aqui engloba tudo, faz parte da formação de um ser, aonde ele vive, o que faz, com quem tem contato, o que escuta, o que vê e por ai vai. A burrice não depende do quanto eu sei, mas depende, sim, em vários casos, de como trato e exerço aquilo que sei. Bom, dessa forma posso tentar comprovar tal pensamento de que tudo que é obvio é burrice, já que tomar certas atitudes, continuar com certas “afirmações”, ser redundante em certas ocasiões, e argumentar certas OBVIEDADES, que são tão obvias.... É, sem sombra de dúvidas, BURRICE.

A obviedade burra depende muito mais de como certos assuntos são tratados, de como são conduzidos certos argumentos e até mesmo de como certas alegorias são apresentadas.

Nada mais burro do que um esperto se fazer de idiota... Ou um idiota tentar se fazer de esperto...

UFC 148 - "A luta do século" mostra como UM lutador campeão deve SER.

Antes de algum análise e conversa, deixo com vocês a luta em si. Assistam e reflitam Depois de acompanhar visivelmente a luta e a vitóri...