terça-feira, dezembro 30, 2008

Ensinar, Lecionar, Educar

Passar conhecimento, transmitir saber, ministrar lição, objetivos que devem ser seguidos somente por aqueles que acreditam que instruir alguém é uma forma válida de transformação humana e de mundo.

Na metade de minha vida - aos 15 anos, me orgulho muito de ter 30 anos, idade fascinante, pela minha concepção, claro - tive alguns dos momentos mais transformadores que já pude viver. Em verdade tenho que esclarecer um mínimo detalhe que auxilie no quesito situar. Tal época ocorreu na década de 90, lá por entre os anos 93 e 96, entre meus 14 à 16 anos. Foram os dois anos mais reveladores, conturbados, turbulento da minha vida. Ok, hoje em dia vivo momentos assim também, mas naquela época, eu ainda não sabia me relacionar com situações tão diversas.

Com essa idade iniciei meu interesse pela filosofia e me deparei com a idéia infindável de me tornar professor, levando o conhecimento à fronteira final, indo aonde nenhum homem tinha ido antes, revelando sabedoria à uma humanidade carente de um direcionamento revelador e que pudesse apaziguar os corações intolerantes daqueles que esquecem da existência de indivíduos sem muita instrução.

Pois bem, já havia estudado os gregos, me inteirado da filosofia no ensino médio ou mesmo de trechos que aprendi na história, mas, de uma hora para outra lí um gibi do batman. (perguntas permeiam a cabeça do leitor). Apolo e Dionísio foram-me apresentados por um super-herói chamado Metamorfo e eis que o nome Nietzsche é citado. Até então não tinha sido atingido tão ferozmente na boca do estomago, até então não tinha sido socado nos rins.

Deixaremos essa história para alguma outra, mais oportuna, eventualidade qualquer.

Eu já tinha assistido entusiasmado ao filme Sociedade dos Poetas Mortos, já tinha me admirado com minhas convicções comunistas, já havia me maravilhado com o amor à sabedoria, já havia me emocionado com Buda e Francisco de Assis. *Estalo*. Quero ser um professor que propicie aos alunos, a busca de um questionamento constante contra as mazelas causadas pela corrupção de um sistema econômico e político desigual, que instigue tais alunos a encontrar o caminho do conhecimento, tanto a priori quanto a posteriore, que eu possa auxiliar na constante busca pela harmonia franciscana e o trilhar do caminho do meio budista.

Lecionar é uma tarefa árdua, as vezes até ingrata, é um exercício diário, constante, incessante de humildade, paciência, glória e pesquisa.

Lembro-me que na faculdade tive uma professora que disse algo que não mais saiu da minha cabeça. “– Quando um aluno mediano ou mesmo ruim, que sempre tira notas 60, 65 ou menos consegue tirar uma nota 70, 80, isso deve ser considerado como uma evolução e devemos ficar alegres por ele. Quando um aluno que sempre tira 80, 90 continua com essa média, não devemos considerar isso bom, já que não houve evolução”.

Tenho tentado considerar esse esclarecimento dela a cada avaliação que faço, a cada conversa que tenho com meus alunos.

Dizem que, de acordo com a base da palavra, alunos são aqueles que não tem luz. Nós professores devemos guiar esses sem luz para o caminho da iluminação, da ilustração (Aufklärung - Kant), do esclarecimento, do conhecimento, da cognição.

Em minha experiência como professor, tenho observado a existência de diversos espécimes caracterizantes do grupo disciplinário. Posso considerar que é quase absurda a quantidade diferencial existente entre tipo de aluno, mas aqui cabe um dado paradoxal. Essa diversidade que eu digo observar pode ser contrariada por outras pessoas, que não acreditam numa diversidade tão grande, pois caracterizam grupos de alunos com perfis idênticos.

O indivíduo aqui pode ser sim, e deve ser, percebido separadamente. Eu consigo observar identidades similares entre alunos, consigo perceber alguns aspectos bem familiares com colegas de minha infância, e como posso, mas prefiro tratar tal faceta como algo particular, pois aquilo que parece nem sempre é.

Obrigado e até a próxima.

sexta-feira, dezembro 12, 2008

CATÁSTROFE

Começar um texto, não importando sua natureza, pode ser deveras complicado. Assuntos vem e vão, fatos permeiam nossa cabeça, intenções e sujestões estão sempre provocando nossas vontades confundindo nosso entendimento, enriquecendo ou comprometendo nosso conhecimento. Escrever envolve paixão e comprometimento com os fatos que se quer expor, é estar envolvido com o que se escreve para transmitir credibilidade. As vezes se esquece de coisas importantes, mas, a essência do escrito, se matêm.

Tenho acompanhado algumas reportagens sobre a tragédia que vem acontecendo em Santa Catarina, que enumera uma quantidade gigantesca de mortos e um número absurdo de desabrigados. Fica impossível não se sensibilizar com tais desgraças, e quando se está longe, só se pode expecular a realidade do que acontece por lá. Mesmo com a quantidade de notícias - com os recursos atuais de informação - só se pode entender verdadeiramente o sofrimento de quem perdeu a moradia, ou de quem perdeu algum parente, quem já passou por algo do tipo. Eu nunca passei, só posso sofrer e t e n t a r entender. Só posso tentar ajudar.

Meu texto terá a pretenção de evidenciar minha opinião especulativa e, muitas vezes, parcial sobre tudo relacionado à isso.

Meus olhos ficam cheios d’água quando vejo uma reportagem que apresenta um pai falando sobre sua familia morta, quando um militar diz que não conseguiu resgatar alguém, quando uma criança aparece dizendo que perdeu os pais ou o irmãozinho, quando pessoas aparecem saqueando um submercado submerso pela água enlameada.

Essa tragédia atingiu em cheio - levando por água abaixo - uma perspectiva que estava transtornando minhas crenças. Muitas pessoas não se importamcom quem está por perto, a vida do outro, muitas vezes não importa e nessas vezes, só servem para fuxico ou chacota. Ficar escutando música alta dentro de um ônibus sem se importar se incomoda quem está ao seu lado, ver pessoas pedindo comida frente à porta de casa e fazer de conta que ninguém está ali. Atitudes assim, estavam inteirando uma opinião minha de que o ser humano não tinha mais salvação e o mundo estava perdido pela ignorancia e falta de compaixão. Educação e responsabilidade social nem sempre estão presentes na consciência do povo, mas com essa tragédia, tem aconcido o contrario. Estou podendo observar o quando um acontecimento terrivel assim, pode envolver o senso de solidariedade, de respeito , de comoção, de atenção, de fraternidade, de responsabilidade, de mobilização e de diversos outros sensos que podem aflorar dentro da sociedade. Situações assim, podem e devem impulsionar o que há de melhor no ser humano, bípede, pensante e de polegar opositor (o que verdadeiramente nos diferencia de outros animais). Quando um tsunami atingiu a costa litorânea de países asiáticos, o mundo se comoveu e tentou ajudar, o mesmo está acontecendo agora, nesse exato momento. Milhares de pessoas, ou depositam quantias de dinheiro em contas para auxílio, ou arrecadam roupas, mantimentos e alimentos para os desabrigados, ou arregaçam as mangas para prestar socorro ou, até mesmo, fazem tudo isso. Essa ajuda não pode acabar por aqui. O governo estadual e federal, irá ajudar na recosntrução de tudo que o que foi destruido, mas todos os cidadãos devem continuar ajudando por um bom tempo, um longo tempo.

As reportagens que podemos assistir, mostram facetas do horror que vem acontecendo em Santa Catarina, mostram também a ajuda que chega, mostram as pessoas que se empenham no socorro - sem dormir e alimentar direito -, mostram o desespero dos desabrigados que estão em abrigos que não possuem mais segurança, mostram um Brasil preocupado com essa tragédia e com outras em outros lugares. A chuva castiga impiedosamente, também, o Estado de Rio de Janeiro e do Espirito Santo, por outro lado, do ladinho de SC, a falta de chuva está mais que presente em localidades do Rio Grande do Sul. Belo Horizonte, cidade aonde vivo, passou quase 90 dias inteiros, sem chuva, alguns meses atrás. Mais pra cima, do outro lado do Hemisfério, dos dois Hemisférios, em Veneza, na Itália, aquela cidade flutuante, já quase não flutua mais…

Toda essa bagunça climática, que se deve em consequência do aquecimento global, se faz cada vez mais diária. “UMA VERDADE INCONVENIENTE” cada vez mais presente…

Ouvi uma vez, a seguinte sentença: “Quando não se sabe de um acontecimento ruim, você não é responsável por ele, a partir do momento em que se tem conhecimento, você se torna responsável“. Bom, a frase não era literalmente essa, mas a idéia é, completamente. Isso é responsabilidade humana, responsabilidade civil, é responsabilidade com o próximo, responsabilidade de todos.

Tive a crença, por muito tempo, de que muitos homens só se preocupavam com o próprio umbigo, que muitos se achavam o centro do universo. Catástrofes como essas podem me provar o contrário. Mas é preciso acontecer tais desgraças para que o tal senso de humanidade aflore nos seres humanos? Isso não deveria ser INATO?

Fico por aqui… Até a próxima.

UFC 148 - "A luta do século" mostra como UM lutador campeão deve SER.

Antes de algum análise e conversa, deixo com vocês a luta em si. Assistam e reflitam Depois de acompanhar visivelmente a luta e a vitóri...