terça-feira, outubro 31, 2006

Liberdade - o começo

O que é ser livre num mundo globalizado, onde o que importa é o ter, o que o ter tem a ver com liberdade, tudo, já que quanto você tem algo, acaba preso nesse ter e acaba querendo ter mais. Aponto um exemplo particular de quando me mudei para BH. Não tínhamos tv a cabo aqui em casa, mas vivíamos muito bem sem ela, já que quando não tinha nada de interessante na tv, fazíamos algo diferente do que trocar de canal até encontrar algo para assistir. Não tínhamos Internet, mas eu ia dormir mais cedo ou ficava horas em meu quarto escrevendo meus “livros”. Hoje tenho uma estrutura muito boa formada de oportunidades, mas estou preso a ela, nada de outra coisa tenho feito, lógico que isso acontece comigo e não estou dizendo que é algo que acontece com muitas pessoas, e não posso generalizar, mas o mundo moderno tem podado algumas coisas boas sim, as facilidades cotidianas fazem parte da realidade geral do mundo e acontece algo nesse sentido com cada ser vivente.

O conceito de liberdade é bastante amplo, e tem apresentado variações, até discrepantes, no decorrer da história humana. Kant por exemplo, dizia que todos eram livres quando sua vontade era de acordo com a máxima universal, que sua vontade era boa quando seguia a lei moral, mas ai se observava, obviamente que se era obrigado seguir essa máxima, essa lei universal para ser livre, era o que Kant apontava estar presente naquilo que ele chamava de imperativo categórico. Imagine algo imperativo... categórico... conter o sentido de liberdade...Pois é.

Todos os homens têm seu conceito de liberdade, mas até quando essa liberdade pode ser distinguida naquilo que chamamos de direitos e deveres. Acredito que todos necessitam mesmo de que sua vida esteja circulada de direitos e deveres, pois, imagina até que ponto conseguiríamos viver em “harmonia” sem que eu tivesse o dever de aceitar o direito do outro. Hoje, nem com esses conceitos, vivemos essa harmonia de forma pacífica e proveitosa, imagina sem que nada disso existisse.

Aqui no Brasil, dizem que somos agraciados por votações livres e democráticas, mas somos obrigados a participar dessas votações. Dizem que somos livres para votar e escolher o que quisermos, mas somos obrigados a escolher quem se apresenta ou obrigados a escolher alguma coisa, até quando não nos identificamos com ninguém e ai aonde se encontra nossa liberdade?

Já escrevi um post sobre liberdade, mas agora decidi que é um tema que sempre precisa ser comentado, então sempre escreverei algo sobre.

sexta-feira, outubro 27, 2006

Identidade

Eu sinceramente gosto, e muito, de blogs, gosto de ler de amigos, conhecidos e de pessoas que nunca vi nem verei em minha vida. Alguns me incentivam a escrever, a refletir, a entender a vida alheia, a escolher certos rumos e a detestar ainda mais cosistas pequenas e insignificantes. Algumas pessoas podem até não concordar que esse tipo de expressão, comunicação e até mesmo, por que não, mídia, não é tão interessante assim e assim algo que deveria ter uma exposição grande, não recebe o de crédito que deveria. Mas acredito no poder que esse dispositivo de interação em rede proporciona, de uma forma expressiva e contagiante. Não sou do tipo que sempre contagia (pelo menos quando não me interesso a fazer isso, hehe), só exponho intensamente quando algo me interessa e tenho que dizer o quanto meu blog me proporciona momentos assim.

O dia a dia também tem me apresentado muitas facetas que são escandalosamente inebriantes e que me tem entretido de uma maneira divertida e não enganosa, que me tem feito pensar e analisar cada momento peculiar do ser humano. Penso que a maneira de agir e intenção de cada pessoa revelam seu verdadeiro ser, é claro que muitas vezes agimos no calor do momento, que a cada instante podemos estar influenciados por aquilo que ninguém mais está, que agimos mesmo sem querer, e por ai vai, mas tenho notado também que mesmo nessas ocasiões peculiares cada pessoa revela uma singularidade. Sempre acreditei que “estamos” de um jeito e não “somos” de tal jeito, mas tenho que defender também que os estar é a transparência daquilo que somos sim. Uma pessoa muito boa, pode ter seu dia ruim e agir de forma “ruim”, e muitos defenderem que é fase e isso é verdade, mas como somos seres humanos racionais (animais com polegar opositor), não podemos nos assustar com isso, pois o que nunca pode acontecer, quase sempre acontece e o mais “perfeito” homem, ainda pode “escorregar”. Muitas aspas nesse texto né? Mas é para pensarem o que quiserem. Deixem a imaginação fluir.

A ignorância humana é algo que ta sempre me incomodando. Eu sou até muito ignorante às vezes, confesso, mas é foda perceber essa ignorância de forma tão intensa a todo o momento no ser humano. Me impressiona de forma extraordinária e impressionante essa ignorância, chega a ser insuportável e ai, quando deveríamos deixar acontecer e agir de forma comedida, eu por exemplo, acabo entrando nessa também. Eu não tenho conseguido ficar impassível quando vejo alguém ser intolerante, é claro que sempre devemos agir em situações assim, mas sempre deveríamos também, observar o momento certo para isso. A ignorância muitas vezes esta presente quando o direito de cada indivíduo se transforma num motivo para entender que o outro não pode interrompê-lo em sua opinião, mas o contrário...pode, e quando o indivíduo não agüenta ver o outro se expressar em totalidade quando no começo de sua explanação, o discurso parece não compatível e ai perde a credibilidade e não importa mais o que dizer daí para frente. O homem tem seguido muito uma conduta de vida (não falo filosofia de vida aqui não), uma conduta de eu posso, você não, faça o que falo mas não faça o que falo, a minha realidade é mais dura e dramática do que a sua... Pois é isso me deixa muito mas muito descontente e às vezes descrédulo (peço licença pelo neologismo) na humanidade, mas só por um momentinho.

Sou um sujeito de coração simples, sou mesmo, mas gostaria muito de ser mais, em vários momentos, acabo me tornando incomodo para mim mesmo, é isso mesmo, às vezes eu não me agüento, mas isso passa rápido e volto a me amar narcisicamente. Eu me identifico muito comigo mesmo (estranho? Quem me conhece pode, TALVEZ, entender). Não sou totalmente aquilo que sempre quis, mas tenho mesmo seguido por esse caminho, às vezes mudo de direção, perco o rumo, volto, paro, mas to sempre recuperando a esperança de que um dia chego lá. Acredito veementemente que já passei por momentos decisivos mas sei que tudo não passa de uma crença banal e que o mais importante ainda vai chegar, ainda está por vir. Minha convicção de que ainda tenho que ir para o Japão, morar em Fernando de Noronha, aprender Muay Thai na Tailândia, escalar o Everest, conhecer Assis e praticar esportes na Nova Zelândia, não saem da minha cabeça e não morrerei feliz enquanto não realizar algo nesse caminho. Sou fatidicamente ansioso (descobri isso recentemente, a ponto de confessar), extremamente dionisíaco em momentos diversos, e extremamente acomodado em outros.

Tudo em nossa vida são momentos, mesmo, é claro que somos tudo aquilo que fazemos, mas existem momentos em que alguns lados ocultos afloram e nos deixa sem ação. Somos eles lados ocultos também, como não seriamos, mas eles estão ocultos por algum motivo, então...

Momento explicativo: Toda e qualquer opinião exposta aqui não é sobre uma pessoa ou acontecimento em particular, na verdade os fatos aqui apontados é um aglomerado de minhas opiniões que acontece cotidianamente.

quarta-feira, outubro 18, 2006

Sem Título

Tava pensando no que escrever aqui, ainda não cheguei a conclusão alguma, mas vamos lá.

A priori, pensei em falar do tempo.
O quanto o tempo tem passado e eu tenho ficado para trás.
Que to ficando careca (podem acreditar), que to ficando velho (só modo de falar), do muito que passou...

Pensei em falar sobre viagens e alguns acontecimentos, tipo viajar para cidadezinha da região metropolitana, e ter que voltar à noite por não ter lugar para dormir...

Pensei em falar causos do coração, de sou chorão, de que sou o homem ideal...

Pensei em falar dos caras que dirigem pelas ruas e provocam quem está andando na calçada por estarem "cheinhas, serem negras, pobres..."...

Mas não estou conseguindo falar sobre nada aqui agora...

terça-feira, outubro 03, 2006

Ser menor e viver melhor. Eleições


Escrevo escutando um ao vivo do Pink Floyd.

Ontem assisti pela sei lá que vez, Forrest Gump, filme que gosto pacas. Assistindo e refletindo, cada vez mais penso que gostaria mesmo de ser como o Forrest, como minha vida poderia ser mais graciosa se agisse da mesma forma que ele, como seria bão, pensar a vida da mesma forma simples como ele. Simplicidade é tudo na vida do ser humano, mas a gente sempre tem que complicar.
Quando dizem que conhecimento traz infelicidade e tristeza, estão certos em grande parte, mas a ignorância não é uma benção como dizem também. O caminho do meio é que vale mesmo a pena. Conhecimento e simplicidade, isso é que deve ser dimensionado universalmente, mas só se consegue atingir esse objetivo, quando nós mudamos a nós mesmo, não os outros. Não estou escrevendo isso porque sou assim, mas sim porque quero ser assim, e no que mais peco, é quando penso que o outro também deveria agir de tal forma.

Nossos políticos também poderiam ser assim, conscientes do papel que interpretam, do poder que possuem, da esperança que encadeiam num povo sofrido, mas feliz e que sempre está em busca de uma vida melhor, digna e na paz.
Cada um só quer seu cantinho (ou cantão) e uma vida com prazer de se viver, com a certeza de que tudo que é seu, é seu mesmo, desde grandes fazendeiros até os sem-terra, grandes empresários e catadores de rua "autônomos", desde grandes proprietários de mansões até sem-teto.

Algumas escolhas a gente às vezes não entende. Escolhas nossas e escolhas dos outros. O mundo se faz por esses momentos. Temos que refletir muito antes de agir de certa forma, para que o futuro não nos surpreenda de forma trágica.

Essas eleições aconteceram de uma maneira atípica. Votei com a intenção de revolta. Sempre votei em legenda para deputados (65 - PCdoB), mas nessa votei num candidato para deputado estadual que conheci por intermédio de uma pessoa pela qual tenho grande apreço (Bruno), para senador não quis nem saber, branco mesmo, para governador, acabei me traindo, mas foi pela confiança ou melhor, porque não tenho tanto a reclamar dele, mesmo não gostando do partido (Aécio Neves). A revolta se demonstra mesmo para presidente, sabe quando a gente espera muito, com muita vontade e algumas coisas decepcionam, então... De forma alguma vou explicar essa minha decisão baseada em corrupção, já que isso é algo de tempos, blábláblá... e agora, graças, ficou muito mais claro e alguma coisa parece que começou a ser feita, mas minha decepção esta ligada a forma com que foi explicada e "não sabida" por certas pessoas. Nosso presidente era alguém pelo qual eu nutria uma confiança explicita e acreditava ser extremamente safo nesse circo político, mas não me passou isso, talvez esteja eu sendo duro, mas "quando muito se quer de algo, e algo falta...", pois é, me sinto assim agora, então por essa razão meu voto foi de revolta, mesmo e votei... tchanana... (podem pensar em qualquer um, menos no Geraldo, pelo amor de Deus, NUNCA).

Aqui em casa também foi uma votação atípica, hehehe, bem interessante.

Essa eleição me pareceu muito diferenciada, o eleitor estava muito mais indeciso e desconfiado do que o normal, teve até um senhor que estava em minha frente, que pediu ajuda para seu voto, disse o n° que queria e não aparecia foto (normal até, mas aconteceu de forma interessante), eu por exemplo, esqueci o n° para presidente, procurei num mural que estava do lado de urna, a mesária até me perguntou se tava tudo em ordem, disse que sim e consegui achar o bendito n°, tinha três pessoas na minha frente, quando sai, já existia uma fila de umas 9 pessoas, atrasei a rapaziada, mas ta blz.
Pois é, esse é o nosso BRASIL, eita país que não canso de gostar, apesar de gostar mais da parte do que do todo (digo isso em função da minha terrinha mineira), mas depois que conhecer o Brasil todo, quem sabe não mudo de idéia e passo a gostar um bocado mais do todo.

Escrevo este texto agora, escutando High Hopes da maravilhosa e melhor banda do universo PINK FLOYD

É isso ai, estou revoltoso mesmo e assim vou ficar até conseguir melhor comigo mesmo e fazer o que eu puder para esse nosso Brasil.

Tem um textículo novo antes desse também. leiam.

UFC 148 - "A luta do século" mostra como UM lutador campeão deve SER.

Antes de algum análise e conversa, deixo com vocês a luta em si. Assistam e reflitam Depois de acompanhar visivelmente a luta e a vitóri...